A nossa região Amazônica sempre foi povoada por mitos e seres mágicos.
As lendas amazônicas sempre foram contadas em rodas de conversa ou a beira de
um rio. Esse blog tem como objetivo aproximar você desse mundo mágico e
misterioso. Preparem-se para entrar em mundo encantado e misterioso e para
conhecer mais sobre as principais lendas da região Norte: da Cobra Grande, da
Vitória Régia, do Uirapuru, do Boto e da Iara. Agora, preparem-se e vamos
estudar esse mundo repleto de magia e fantasia.
O pássaro de pluma vermelha e canto maravilhoso é atingido pela flecha
de uma donzela apaixonada, transformando-se num belo e forte guerreiro. Porém,
um feio e aleijado feiticeiro enciumado, possuidor de uma flauta encantada,
através de sua linda música faz com que o jovem desapareça, restando somente
sua bela voz na mata. Dificilmente vemos o uirapuru, mas ouvimos com frequência
seu canto inédito. Único do mundo, misteriosa ave de canto lendário, quando o
Uirapuru canta, todas as outras aves ao redor se calam e quem ouvir sentirá
muita paz. Poucos dizem ter conseguido ver e ouvi-lo cantando, porém descrevem
sua plumagem de formas diferentes, confirmando assim uma Lenda que diz, “quando
ele permite que o vejam”, aparece sempre disfarçado para confundir com outras
aves.
Conta a lenda, que à noite, um assobio agudo perturba o sono das pessoas
e assusta as crianças, ocasião em que o dono da casa deve prometer tabaco ou
fumo. Ao ouvir durante a noite, nas imediações da casa, um estridente assobio,
o morador diz:: - Matinta, pode passar amanhã aqui para pegar seu tabaco. No
dia seguinte uma velha aparece na residência onde a promessa foi feita, a fim
de apanhar o fumo. A velha é uma pessoa do lugar que carregaria a maldição de
"virar" Matinta Perera, ou seja, à noite transformar-se neste ser
indescritível que assombra as pessoas. A Matinta Perera pode ser de dois tipos:
com asa e sem asa. A que tem asa pode transformar-se em pássaro e voar nas
cercanias do lugar onde mora. A que não tem, anda sempre com um pássaro,
considerado agourento, e identificado como sendo "rasga-mortalha".
Dizem que a Matinta, quando está para morrer, pergunta:" Quem quer? Quem
quer?" Se alguém responder "eu quero", pensando em se tratar de
alguma herança de dinheiro ou joias, recebe na verdade a sina de
"virar" Matinta Perera.
Quem viaja pelo interior de qualquer
estado da Amazônia já ouviu falar da lenda de um belo rapaz desconhecido, de
roupas brancas, sapatos brancos e o característico chapéu branco que busca
encobrir parte do rosto e o buraco que traz no alto da cabeça: é o boto!
Nas festas ou à beira de trapiches,
sempre haverá, segundo a crendice popular, um boto a espreitar alguma moça
ingênua e, de preferência, virgem ou menstruada. Alguns descrevem até o andar
da visagem: dizem que é meio desajeitado e que muitas vezes locomove-se com
certa dificuldade pelo pouco hábito em terra firme. Outros já o descrevem como
alguém muito alinhado, porém calado demais para os costumes da região. Por
isso, logo se desconfia de que é algo sinistro.
No entanto, para as moças novas que
porventura estejam a olhar alguma festa de interior, nada de estranho o boto
lhe parece. Muito pelo contrário! A paixão é à primeira vista! Quando se dão
conta já foram conquistadas.
Contam os caboclos que depois que o Boto
consegue o que quer, ou seja, conquistar a moça escolhida, sai na carreira e se
joga no primeiro braço de rio ou igarapé. Nessa hora é que todos se dão conta
de que não era um rapaz qualquer, mas o boto!
A Cobra grande é uma lenda amazônica que fala de uma imensa cobra,
também chamada Boiuna, que cresce de forma desmensurada e ameaçadora,
abandonando a floresta e passando a habitar a parte profunda dos rios. Ao
rastejar pela terra firme, os sulcos que deixa se transformam nos igarapés.
Conta a lenda que a cobra-grande pode se transformar em embarcações ou outros
seres. Aparece em numerosos contos indígenas. Um deles conta que em uma certa
tribo indígena da Amazônia, uma índia, grávida da Boiuna, deu à luz a duas
crianças gêmeas. Uma delas, má, atacava os barcos, naufragando-os.
Conta a lenda que uma linda índia
Naiá apaixonou-se por Jaci (a lua), que brilhava no céu a iluminar as noites,
Nos contos dos pajés e caciques, jaci de quando descia à terra para buscar
alguma virgem e transformá-la em estrela do céu para lhe fazer companhia. Naiá,
ouvindo aquilo, quis também virar estrela para brilhar ao lado de Jaci. Durante
o dia, bravos guerreiros tentavam cortejar Naiá, mas era tudo em vão, pois ela
recusava todos os convites de casamento. E mal podia esperar a noite chegar
quando saia para admirar Jaci, que parecia ignorar a pobre Naiá, esperava sua
subida e descida no horizonte e já quase de manhãzinha saia correndo em sentido
oposto ao Sol para tentar alcançar a Lua. Corria e corria até cair de cansaço
no meio da mata. Noite após noite, a tentativa de Naiá se repetia. Até que
adoeceu. De tanto ser ignorada por Jaci, a moça começou a definhar. Mesmo
doente, não havia uma noite que não fugisse para ir em busca da lua. Numa
dessas vezes, a índia caiu cansada à beira de um igarapé. Quando acordou, teve
um susto e quase não acreditou: o reflexo da lua nas águas claras do Igarapé a
fizeram exultar de felicidade! Finalmente estava ali, bem próxima de suas mãos.
Naiá não teve dúvidas: mergulhou nas águas profundas mas acabou se afogando.
Jaci, vendo o sacrifício da índia, resolveu transformá-la numa estrela incomum. O destino de Naiá não estava no céu, mas nas águas a refletir o clarão do luar. Naiá virou a Vitória Régia, a grande flor amazônica de águas calmas que só abre suas pétalas ao luar.
Jaci, vendo o sacrifício da índia, resolveu transformá-la numa estrela incomum. O destino de Naiá não estava no céu, mas nas águas a refletir o clarão do luar. Naiá virou a Vitória Régia, a grande flor amazônica de águas calmas que só abre suas pétalas ao luar.
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